Notas sobre o Luto

Avesso. Inflexível. Selvagem. Interrupção. Desordenado.
Incivilizado. Recusa de um protocolo. Indomável. Subversivo.
Começo com essas palavras que me atravessaram ao longo da leitura e que vão em contramão à uma sociedade imperialista em relação ao luto;
A metáfora que o livro traz sobre “mata densa” concretiza e dá sentido ao meu vivido: “viver o luto é como transitar por uma mata densa, onde eventualmente precisaremos descobrir novos recursos para lidar com a imprevisibilidade”.
Luto é gerúndio. Caminhando sobre esse terreno, tentando torná-lo habitável, entendendo e escutando o caminho que ficou para trás e criando uma nova forma de percorrer após ficar órfão de um futuro idealizado;
Não há jeito certo nem errado de viver uma experiência do luto;
Surge então, aqui, a biologia do luto: porque ele nos ameaça (passado/presente/futuro) buscamos conexão. Assim, sobrevivemos – dentro do possível.

Silvestre Neto
CRP 09/20038

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