// Vivemos em uma sociedade, cujo sistema exalta metas, conquistas e resultados. Desde cedo, somos ensinados a mirar no diploma, no emprego dos sonhos, no casamento ideal, na casa própria, na aposentadoria tranquila. A vida é apresentada como uma linha reta com pontos de chegada bem definidos.
Mas, com o passar do tempo, começamos a perceber algo que os discursos mais apressados costumam omitir: que a essência da vida não está nesses pontos de chegada, mas em tudo o que acontece entre eles. É nas madrugadas em claro tentando entender quem somos, nos dias de dúvida, nas pequenas vitórias silenciosas que ninguém vê. É nos encontros improváveis, nos erros que nos ensinam mais do que os acertos – sem romantizar. O percurso é feito das tentativas!!!
A chegada, por mais desejada que seja, é sempre um instante. É um ponto fixo no tempo, às vezes até decepcionante, porque nunca é exatamente como imaginamos. Isso acontece porque a realização, por si só, não sustenta o sentido. E o caminho até ela que dá valor à conquista.
Viver com foco apenas na chegada é correr o risco de passar pela vida com pressa. E como viajar de carro e manter os olhos fechados até o destino final, perdendo a paisagem, os sons, os cheiros e até as pessoas que passam. O percurso nos convida à presença, à atenção, à escuta.
Aprender a valorizar o percurso é também uma forma de gentileza consigo mesmo. É entender que não precisamos ser perfeitos o tempo todo, que podemos tropeçar, parar para respirar, pedir ajuda.
A vida é um espiral. Quando um objetivo é alcançado, logo outro se forma no horizonte. E assim vamos, em constante construção. Por isso, o mais importante não seja “chegar lá”, mas saber quem estamos nos tornando no caminho.
Que possamos, então, caminhar mais atentos, mais abertos, mais presentes. Porque a vida, essa grande travessia, não é sobre correr para o final — é sobre viver cada passo, com tudo o que ele traz.
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Silvestre Neto
CRP 09/20038