// Eu sei… confiar é difícil!!! Como é! Mesmo depois de tudo o que você já viveu. Mesmo com as cicatrizes que o tempo deixou cuidadosamente à mostra. O passado, às vezes, pesa tanto que o chão se desfaz sob os pés.
E confiar — nesse futuro incerto, nas partidas, nos recomeços — parece mais um salto no escuro.
Mas, a confiança de que escrevo aqui não é cega. Ela é feita de um esperançar maduro; daquela que sabe que sim, algumas portas vão se fechar — com firmeza, com ruído, às vezes, até com dor.
Alguns amores se despedem sem aviso; algumas amizades se dissolvem no tempo; certos lugares perdem o sentido que antes pulsava tão forte. Os ventos, silenciosos e precisos, levam embora até aquilo que a gente ainda não sabia que precisava partir.
É… crescer talvez seja isso: entender que “morar” em pessoas, lugares e sensações é sempre um ato provisório. Momentâneo. É como se cada experiência fosse uma vida dentro da vida — breve, mas necessária. Passageira.
E então, um dia, sem alarde, percebemos que o que sentíamos mudou de forma. Que o amor já não veste o mesmo corpo. Que a saudade daquela amizade virou apenas memória boa. Que o lugar preferido já não nos acolhe como antes. A distância ensina isso.
Ela estica o tempo, amplia a visão, nos convida a crescer. E a vida… essa grande escrita inacabada, segue sendo redigida à margem — com pausas, desvios. Às vezes o rio corre em direções opostas, mas nunca para de seguir.
Deixa fluir.
Deixa respirar.
Porque talvez sim, haja um momento certo para voltar — com mais maturidade, mais histórias, mais sentido. Ou talvez não. Talvez o retorno nunca aconteça.
Alguns “lugares” vivem apenas na memória afetiva, e é lá que continuam existindo com dignidade.
A distância, no fundo, sabe proteger o que é precioso. E deixar ir também é um gesto de respeito com a própria alma. É admitir que insistir no que não nos alimenta mais é um modo sutil de nos abandonar.
Confiar nas distâncias é isso: saber que o que é real permanece, mesmo longe. Que o que é recíproco sempre encontra caminho. E que, às vezes, o maior (re)encontro que a vida pode oferecer é aquele que acontece dentro de nós.
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Silvestre Neto
CRP 09/20038